*Por No Gods No Masters
Estamos destruindo os relacionamentos pessoais. Antes precisávamos estar próximos para nos conhecer, precisávamos olhar nos olhos para entendermos uns aos outros e agora estamos destruindo principalmente a nossa capacidade de irmos além do nosso próprio Eu, a coisa mais egoísta que conseguimos criar atualmente. Já não existe Nós, somente o Eu é o que importa.
Este Eu que criamos é frio e manipulador, nos tornamos o centro de tudo, ou pelo menos achamos isto. Este mundo que estamos criando dentro de nós, só permite aquilo que enxergamos como Eu (ou a nossa imagem) e nó máximo englobamos nossos melhores amigos e amigas, ou aqueles que conseguimos manipular e que jamais teriam coragem de nos questionar ou simplesmente discordar de algo.
Assim, sempre enxergamos os problemas nos outros, as nossas criticas deixaram de ser sobre nós e viraram sempre sobre os outros, mas é preciso saber que os problemas que notamos ao nosso redor, podem sim ser também nossa responsabilidade e há um certo ditado que diz: Se não somos parte da solução, somos parte do problema.
É fato, criamos nossas bolhas corretas, cheias de razão, inquestionáveis, com resposta (sem direito de réplica) para tudo e todos, repletas de ódio e tantos outros sentimentos ruins que, numa comparação rápida, se assemelha a tudo que parecíamos lutar contra: Os sistemas opressores.
E se, em algum momento, lutamos contra a opressão, e nos parece que existem tantas frentes, tantas necessidades de lutas, tanta opressão contra tudo que não está no poder, é importante, no minimo, que respeitemos estas lutas já que não conseguimos mais respeitar as pessoas. E é importante pensar se somos realmente contra todas as formas de opressão ou somente contra a opressão que sofremos.
São desavenças, mentiras, discordâncias sendo transformadas em combates covardes, controle, grupos e pessoas se colocando uns contra outros e tudo isto sendo aplaudido e mantido por nós, por quase todos nós. Nós não precisamos estar todos juntos em nada, as pessoas se juntam por afinidade, mas também não precisamos estar nos combatendo.
O mundo é grande, diverso e felizmente cabem todos nós e é talvez por isto que lutamos por um mundo onde caibam vários mundos.
Lhes dizemos, amigos e amigas, a caminhada já é dura, e por mais que dentro de cada um de nós exista um opressor, o inimigo aqui é outro e já é passada a hora de revermos como nos posicionamos enquanto rebeldes!