Marusya ou Maria Nikiforova (Russia, Ucrânia – 1885–1919) foi uma militante anarquista russa, intersexual, comandante do destacamento militar “O Combate Livre de Druzhina”.
Com suas bandeiras e canhões pretos, os escalões de Marusya se assemelhavam a navios piratas navegando pela estepe ucraniana.
Em 1918, Nikiforova já era famosa como uma atamansha (líder militar feminina) anarquista em toda a Ucrânia, enquanto Makhno ainda era um personagem bastante obscuro em operação numa província tranquila.
Nikiforova trabalhou ao lado de Nestor Makhno fazendo discursos públicos, organizando eventos de propaganda e atuando militarmente.
Em tempos de revolução, ela favoreceu a redistribuição imediata e completa da propriedade da terra das famílias ricas, declarando: “Os trabalhadores e os camponeses devem, o mais rápido possível, aproveitar tudo o que foi criado por eles durante muitos séculos e usá-lo para seus próprios interesses”.
No entanto, enquanto ela constantemente falava em favor da filosofia anarquista, ela advertiu contra o vanguardismo e o elitismo, insistindo que os anarquistas não poderiam garantir mudanças sociais positivas. “Os anarquistas não prometem nada a ninguém”. Ela advertiu: “Os anarquistas só querem que as pessoas sejam conscientes de sua própria situação e apoderem-se da liberdade por elas mesmas”.
Ela e seu marido Witold Brzostek (também anarquista) foram capturados pelo Exercito Vermelho (bolchevista) e julgados em Setembro de 1919, acusados de terroristas, contra-revolucionários, insubordinação e pilhagem. Logo em seguida foram fuzilados.
Em seguida foi morta novamente, pois os historiadores da era soviética a apagaram da história, apesar do papel importante que ela desempenhou na Revolução Russa de 1917 e na guerra civil subseqüente. Não há uma biografia acadêmica sobre sua vida, ou historiografia sobre sua época que a mencione. As poucas referências feitas a ela pelos seus contemporâneos bolcheviques em memórias ou obras de ficção, são tendenciosas contra ela. Geralmente retratando-a de forma uniforme como “repulsiva e maligna”, com pouquíssimas exceções. Até hoje não encontrei um texto em português sobre Maria Nikiforova…
O destacamento militar de Maria Nikiforova, carregava bandeiras com as seguintes inscrições: “A Libertação dos Trabalhadores é Um Dever dos Próprios Trabalhadores”, “Viva a Anarquia” e a que inicia e finaliza essa pequena homenagem !
Maria Nikiforova lutando te recordaremos (A) !!!
“A Anarquia é a Mãe da Ordem” !!!
Por Marcolino Jeremias