Tese de doutorado de Jefferson Barbosa
RESUMO: Os meios jornalísticos e produções acadêmicas nas últimas décadas têm destacado em âmbito internacional manifestações de movimentos e partidos políticos defensores de ideologias chauvinistas. Os integralistas contemporâneos são aqui interpretados como expressões nacionais deste fenômeno e, organizados, estão atuando em núcleos espalhados em mais de duas dezenas de cidades em diversos estados do país. Novas e antigas gerações de militantes buscam na contemporaneidade mobilizar adeptos e simpatizantes através das novas formas de comunicação e propaganda política, que utilizadas como ferramentas diretivas e organizativas, além dos tradicionais jornais e informativos impressos, potencializam a interação entre os ativistas. As hipóteses defendidas nesta investigação partem do pressuposto que mesmo buscando atualizar seus temas os militantes contemporâneos seguem os princípios integralistas formulados na década de 1930, presentes na releitura dos atuais herdeiros do sigma. E, que o êxito na reorganização dos militantes é propiciado na atualidade pela instrumentalização das tecnologias da informação e comunicação para a divulgação de suas idéias e mobilização de seus membros. As permanências e mudanças na ideologia, as aproximações destas organizações com outros movimentos nacionalistas, assim como, a identificação de seus principais líderes e a localização de seus núcleos foram também os objetivos da investigação. Para o estudo em questão foram utilizados conteúdos de sites e blogs e textos impressos de jornais, informativos e boletins dos grupos mais expressivos entre a atual militância que na difusão de concepções anacrônicas e segregadoras se apresentam como manifestação de uma proposta de ordenamento social legitimada em sua particularidade por uma concepção ideológica autocrática chauvinista regressiva. Suas publicações abordam temas como a defesa do corporativismo, a crítica aos movimentos sociais, a crítica a defesa do aborto e a apologia a homofobia. Neste sentido, a interpretação da ideologia integralista como manifestação autocrática chauvinista regressiva, como apontado, é um silogismo: autocracia é a generalidade do fenômeno político no âmbito de sua universalidade; chauvinismo, a particularidade da identidade ideológica do objeto; o integralismo brasileiro a singularidade do caso nacional mais expressivo do fenômeno em questão, marcado por axiomas regressivos que denotam a particularidade de sua proposta política.
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