O cenário é o extinto Espaço Impróprio, região central da caótica cidade de São Paulo. O contexto, três dias de intensas discussões sobre gênero e sexualidade. O foco, as muitas perspectivas, rupturas, idéias, debates, propostas, problematizações e diferentes opiniões que envolvem as discussões de gênero, sexualidade, identidade, orientação sexual, queer, feminismo e pornografia de uma perspectiva libertária. O nome do filme e do evento é inspirado no livro 1984, de George Orwell.
* Liga Juvenil Anti-Sexo é um evento de convergência que pretende trazer para o debate diversos temas relacionados a sexualidade, gênero, corpo, saúde, consentimento, feminismo e queer. O objetivo é reunir indivíduos e coletivos dispostos a compartilhar suas idéias, suas experiências, suas músicas, seus vídeos, suas performances, suas opiniões, seus medos, suas táticas, suas dúvidas ou seu silêncio. E, assim, contribuindo como uma rede de apoio, fazer circular sementes de uma cultura para além das regras escritas e não-escritas do patriarcado hétero e branco.
O nome do evento foi extraído do livro 1984, de George Orwell. Nele, a personagem Júlia tem uma vida dividida entre dois papéis, sendo um a de membro ativo de um grupo chamado Liga Juvenil Anti-Sexo, que promove o controle de um estado ditatorial que se ramifica inclusive sobre a sexualidade de seus cidadãos — qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência. Seu segundo papel é de amante promíscua, rebelde e corruptora desse sistema. E assim, uma inspiração para todxs xs descontentes com os rígidos papéis e dualidades que nos imputam desde que nascemos. Não importa o quanto tenhamos que nos submeter aos padrões e normas do dia a dia, é importante alimentar a chama que corrompe esse sistema para que ela escape pela primeira fresta que surgir para consumir toda sua estrutura.
O projeto foi iniciado pelo coletivo Você Tem que Desistir e em maio de 2010 teve sua primeira edição. Não tinha muito como proposta se firmar com uma periodicidade, mas uma segunda edição foi em novembro daquele mesmo ano. Em 2011, com o fim do VTQD, o projeto continua a ser levado a diante pelo coletivo Cultive Resistência, que em parceria com a Imprensa Marginal está lançando este DVD que registra um pouco dos temas e das principais questões que fermentaram durante a segunda edição do evento.