2012 | I FESTIVAL

RELATO | I FESTIVAL DO FILME ANARQUISTA E PUNK DE SP, 2012

por Imprensa Marginal

A idéia era simples e direta: organizar um evento que reunisse a exibição de filmes e documentários recentes produzidos por anarquistas e punks mundo afora, ou com temática ligada a questões sociais e libertárias diversas, agregando ainda a realização de debates, palestras, oficinas e exposições fotográficas. Partimos da importância destas linguagens como ferramentas de luta e disseminação de idéias e discussões: a criatividade libertária tem cada vez mais adentrado o mundo das produções audiovisuais, seja por meio da criação de novos filmes e documentários, seja pela realização de cineclubes, festivais de filmes anarquistas, oficinas, etc. E tudo isto com olhares libertários, prática do faça-você-mesmx, poucos recursos e muito autodidatismo.
Foram meses de organização recebendo os filmes, confirmando as atividades, fechando a programação e todos os milhares de detalhes pra que tudo desse certo. E no decorrer desse tempo já ficamos muito contentes com a quantidade de filmes inscritos, e em perceber que, para além dos que já conhecíamos, têm surgido diversos novos projetos de produção audiovisual anarquista em muitos lugares, cineclubes libertários, e tantas outras movidas relacionadas a esta linguagem. A dificuldade para encaixar tudo isto em uma programação de dois dias foi imensa, e assim o festival ganhou 1 dia a mais, ficando então com 3 dias de duração e tendo como espaço o novo Centro Anarquista Ação Direta.
Estes meses de organização passaram voando e logo chegou o festival: muita chuva caindo durante todo o final de semana, o que para nossa surpresa não impediu que muita gente passasse por lá durante todos os dias, participando das atividades, vendo os filmes, debatendo, levando rango vegano, materiais libertários, e ajudando com a organização e realização do evento de todas as formas.

A sexta-feira começou muito bem, com estréia do documentário Punk In África por aqui, exibição do Relatos de uma Cena Anarcopunk, e, pra fechar da melhor forma, mais uma edição do sarau Sangue, Suor e Poesia Libertária, com uma mesa recheada de livros de poesia libertária, periférica e popular, muitas companheiras recitando poesias anarco-feministas, e um clima muito massa de confraternização.
Sábado e domingo foram dias de programação intensa. Na sala principal do espaço, diversas banquinhas de material e rango vegano, camisetas do festival, e muitas exposições: fotografias de grafites e pixos libertários pelo mundo por Ruivo Lopes; fotografias da ocupação São João dentre outras, de Elaine Campos; fotos com pinhole, por Jefferson Andrade; cartazes de festivais de filme anarquista pelo mundo; projeções de fotografias de movimentações sem-teto e manifestações populares, por Anderson Barbosa; e mais fotografias de Avelino Regicida, e imagens de manifestações como o A20, N9, S29, dentre outras.

Logo no início das atividades do sábado, a companheira Elaine Campos, da Coletiva Anarcafeminista Marana, deu uma oficina de fotografia faça-você-mesm@, com ótimas reflexões sobre como construímos nossos olhares, e a forma como damos direcionamento às nossas imagens. As fotografias tiradas durante este dia foram projetadas no dia seguinte. No andar de cima, uma sala de exibição. E, no quintal, no espaço onde será a futura biblioteca do Centro Anarquista Ação Direta, outra sala exibindo simultaneamente.
Assim foram 18 filmes exibidos neste dia: From The Back Of The Room (EUA); Desalojo Ilegal da Ocupação Abu-Jamal (RJ); A Céu Aberto (Venezuela); Fabricação Artesanal de Carvão de Coco Babaçu (MA); Lúcio: Anarquista, assaltante, falsificador, mas sobretudo pedreiro (Espanha); Barulho Bom (CE); Ecos de Revolta – Exibição Vide Urbe (RJ); Noite do Horror (BA); Unindo Quebradas (SP); Filme Plágio (SP); Ciclovida: Lifecycle (CE); Torcendo pelo time da casa (CE); Vozes de um Cárcere (SP); Na Prisão Minha Vida Inteira (EUA); El Ocaso Del Miedo (Chile); e ainda as estréias dos filmes Squat Toren (CE); Caixa Postal 195 (SP) e Todo Fim É Um Começo (SP). Xs companheirxs do coletivo Ciclovida-SP ainda fizeram uma discussão sobre a expansão do agronegócio e a perspectiva de resistência através do resgate, partilha e preservação das sementes crioulas, relacionando esta perspectiva a uma busca por maior autonomia no campo e na cidade. O lançamento de Todo Fim É um Começo também teve sala cheia, e foi seguido de um debate sobre experiências em espaços autônomos e libertários, com participação de companheirxs do Coletivo Cultive Resistência/Espaço Impróprio, Ativismo ABC, ex-integrantes do espaço Ay Carmela, dentre outrxs, que trouxeram a tona ótimas reflexões sobre nossas atuais experiências de gestão e atuação anarquista nestes espaços.

O domingo começou sem chuva, o que permitiu que logo após a primeira exibição do dia, do filme Escolarizando o mundo: O último fardo do homem branco, todxs pudessem sentar em roda no quintal para debater sobre educação com companheirxs do Ativismo ABC e Coletivo Desescolarizar. Enquanto isso, a sala 2 exibia o A Cultura em Luta Pela Paz, e, logo em seguida, foi espaço para uma intervenção/debate a partir da ação de mulheres lésbicas e feministas, sobre agressões e violência machista nos movimentos sociais e no meio anarquista/punk. Outros filmes que passaram durante o dia foram: Não São Um Por Cento: Anarquistas em Carrara; Crass: There Is No Authority But Yourself; Tid; Ugra the Karma; um workshop com Daniel Fagundes, do Núcleo de Comunicação Alternativa, sobre vídeo popular e representações, e uma troca de idéias com xs companheirxs da Biblioteca Terra Livre sobre as experiências acumuladas durante os 2 anos de realização do Cineclube Terra Livre, que aconteceu logo após a exibição do documentário Indomables: Uma Historia de Mujeres Libres, e do qual também pudemos participar agregando nossas experiências.
Enfim, foram três dias muito bons, bastante gente circulando, um clima de confraternização constante, e melhor ainda, muita gente se dispondo a apoiar, ajudar e se envolver da forma que pode, tornando este festival uma construção e realização coletiva!
Queríamos agradecer muito a todas essas pessoas, que apoiaram das mais diversas formas! Ao Centro Anarquista Ação Direta por ceder o espaço e pela enorme receptividade e confiança; Projeto Espremedor, Projeto Ocupação Cultural, CICAS e Quilombrasa pelo apoio com os equipos; Espaço Osomdoqsomos e Toddy pelas cadeiras; Biblioteca Terra Livre, Ativismo ABC, Coletivo Desescolarizar, Ciclovida-SP, Daniel & Núcleo de Comunicação Alternativa, Coletivo Cultive Resistência, Jefferson, Anderson, Elaine, Ruivo & Sarau Sangue, Suor e Poesia Libertária; MAP-SP; Gritão pelos catálogos; Valter Alves pela exposição enviada pelo correio, Agenda da Periferia pela divulgação, toda galera que enviou filmes, traduziu, legendou, terminou e compartilhou seu vídeo e suas idéias pra podermos exibir durante o festival, toda galera que ajudou nas banquinhas, levou rango vegano, recitou poesias, ajudou a telar as camisetas, limpar o espaço, carregar as coisas, exibir os filmes, enfim… sem todxs isso não teria sido possível! Ano que vem tem mais!

* * *

 PROGRAMAÇÃO COMPLETA 2012

DOWNLOAD DA PROGRAMAÇÃO EM PDF:

VERSÃO WEB | VERSÃO IMPRESSÃO

***

DEBATES
* Debate com integrantes do Coletivo Desescolarizar e Ativismo ABC, após a exibição do filme Escolarizando o Mundo: O Último Fardo do Homem Branco
Domingo, 16/12 – 14:00 | SALA 1
* * *

* Debate com o Coletivo Terra Livre após a exibição de Indomables: Una Historia de Mujeres Libres
A Biblioteca Terra Livre busca com esta conversa explorar quais foram as experiências acumuladas ao longo da realização do Cineclube Terra Livre ao longo de 2 anos, colaborando com o aprofundamento da questão de como grupos, pessoas e coletivos podem se organizar de forma autogestionária.
Domingo, 16/12 – 18:40  | SALA 1
* * *
Espaços Autônomos e Libertários
Debate com participação de companheirxs de espaços libertárixs, participantes e realizadorxs do filme Todo Fim É um Começo, logo após a exibição de estréia.
Sábado, 15/12 – 20:00  | SALA 1
* * *
Ciclovida: Lifecycle
O coletivo Ciclovida-SP fará uma discussão sobre a expansão do agronegócio e a perspectiva de resistência que o Ciclovida busca cultivar através do resgate, partilha e preservação das sementes crioulas, as sementes tradicionais do campo que não foram modificadas geneticamente em laboratório e que são reproduzidas de geração em geração por comunidades tradicionais do campo. A ideia é relacionar essa perspectiva de resistência à busca por maior autonomia tanto no campo quanto na cidade, reconhecendo na permacultura, importantes contribuições.
Sábado, 15/12 – 17:10  | SALA 2
***
OFICINAS
* Leituras de imagens, vídeo popular, representação:
WORKSHOP de leituras de imagens e troca de idéias sobre “Vìdeo Popular e representação”, com Daniel Fagundes  (Núcleo de Comunicação Alternativa – NCA)
Domingo, 16/12 – 16:15 | SALA 2
* * *
* Fotografia Faça Você Mesm@, por Elaine Campos (integrante da Coletiva Anarcafeminista Marana)
“Bastou clicar o botão. E pronto. Mais uma imagem foi capturada pelas lentes da câmera fotográfica. No entanto, para aproveitar o máximo do equipamento e por meio dele encontrar a melhor forma de se expressar, são necessários dois componentes básicos: um pouco de técnica (que ao longo do tempo cada um@ desenvolve a sua própria) e reflexão. Essa oficina básica de fotografia pretende ser um espaço compartilhado de reflexão e troca de experiências sobre o ato de fotografar e a memória visual, buscando estimular @s participantes a desenvolverem um discurso visual próprio.”
Traga sua câmera fotográfica de qualquer tipo, celular ou qualquer equipamento que tire fotos! No dia seguinte haverá exposição das fotografias tiradas durante a oficina.
Sábado, 15/12 – 13:00
* * *
FILMES

Não são um por cento: Anarquistas em Carrara
(“Non son l’uno per cento, anarchici a Carrara”)
(75 min. | 2006 | Antonio Morabito | Itália – legendas em português)
Documentário que recolhe uma série de entrevistas com anarquistas da cidade de carrar (Itália) como Alfonso Nicolazzi,
Donato Landini, Gigi Di Lembo, Massimiliano Giorgi, Dominik Stroobant e Angelo Dolci (Taro), traçando um paralelo entre a história e a atualidade. Belas cenas dos canteiros de extração de mármore, imagens de arquivo, fotografias e músicas que se referem aos períodos significativos do movimento anarquista nesta cidade.
Domingo, 16/12 – 17:00 | SALA 1

Indomables: Una Historia de Mujeres Libres
(63 min. | 2012 | ZerikuziA | Espanha) – em espanhol
Mujeres Libres foi uma organização autônoma que chegou a reunir mais de 20 mil afiliadas, unindo o feminismo a suas raízes anarquistas, e objetivando preparar as mulheres para que pudessem participar em primeira pessoa da revolução libertária. Lidaram naquele momento com elevadas taxas de analfabetismo entre as mulheres, uma cultura tradicional e católica, e, ainda, contra a indiferença de seus companheiros libertários. Este documentário tenta abordar os pensamentos, reflexões, visões políticas e formas com que desenvolviam seus projetos. Conta com entrevistas com Conchita Liaño, Sara Berenguer, dentre outras.
Domingo, 16/12 – 18:40  | SALA 1
Seguido de debate com o Coletivo Terra Livre sobre as experiências acumuladas ao longo de dois anos de realização do Cineclube Terra Livre.

ESTRÉIA: Caixa Postal 195
(5 min. | 2012 | Giuliana Miguel e Rodrigo Rosa da Silva | São Paulo/SP)
A vigilância policial em São Paulo e atuação de investigadores do DEOPS contra os anarquistas. Uma simples caixa postal no centro da cidade vira pivô de uma perseguição pelas ruas e bairros ferequentados pelos libertários.
Sábado, 15/12 – 17:50  | SALA 1

Lúcio: Anarquista, assaltante, falsificador, mas sobretudo pedreiro
(Lucio: Anarquista, Atracador, Falsificador, pero sobre todo… Albañil)
(93min. | 2007 | Aitor Arregi e José María Goenaga | Espanha – legendas em português)
Este longa-metragem trata da vida do pedreiro e militante anarquista Lucio Urtubia, que durante décadas de diversas ações contra o sistema capitalista, dentre as quais a que causou um prejuízo de dezenas de milhões de dólares ao The First National City Bank of New York (atual Citibank), com os quais apoiou causas anarquistas por todo o mundo.
Sábado, 15/12 – 17:50  | SALA 1

El Ocaso Del Miedo
(16 min. | 2011 | Productora de Comunicación Social | Chile)
Documentário curta-metragem que apresenta uma sequência viva que retrata as ruas de Santiago no contexto das mobilizações estudantis por educação gratuita, sendo um testemunho audiovisual dos enfrentamentos entre manifestantes e o forte estado policial. O estilo do vídeo é marcado dentro de um plano sequência sem comentários, tornando invisível a montagem e permitindo ao expectador ser parte de uma viagem pelas ruas que foram cenário do protesto social. O curta é dedicado a Manuel Gutiérrez, que foi assassinado pela polícia na madrugada de 26 de agosto, segundo o testemunho d@s que o acompanhavam.
Sábado, 15/12 – 20:15  | SALA 2

ESTRÉIA: Todo Fim É Um Começo
(68 min | 2012 | Anarco.Filmes Produções Anarcopunx e Coletivo Cultive Resistência | São Paulo /SP)
Qual o papel dos espaços libertários? Quais as dificuldades que envolvem sua gestão e continuidade? Este documentário trás dezenas de entrevistas com companheir@s de diversas partes que falam sobre suas experiências e visões a respeito dos espaços autônomos e libertários, sua importância e as problemáticas que envolvem a gestão deles, tudo isso no contexto de um evento de três dias de encerramento do Espaço Impróprio, em São Paulo.
Sábado, 15/12 – 20:00 | SALA 1
Seguido de debate com xs realizadorxs do filme, participantes e integrantes de espaços libertários.

Relatos de Uma Cena Anarcopunk
(23 min | 2012 | César Medeiros e Danilo Tázio | Natal/RN)
Feito de forma faça-você-mesmx, com recursos zero e muita força de vontade e correria, o filme procura contar como a cultura punk chegou à cidade de Natal/RN, como se organizou e se consolidou com base no anarquismo. Bandas, coletivos, zines, eventos, tudo relatado por alguns dos personagens ativos da cena punk potiguar entre 1980 e 2003. O vídeo foi produzido em 2008 e apresentado como trabalho de conclusão do curso de Jornalismo da UFRN por César Medeiros e Danilo Tázio. Foi re-editado em julho de 2012 com novos cortes, cenas e imagens de arquivo que haviam ficado de fora, e reduzido em 20 minutos para exibição.
Sexta, 14/12 – 19:00 | SALA 1
 
Punk In Africa (82min | 2011 | Keith Jones e Deon Maas | África  – legendas em português)
“Três acordes, três países, uma revolução”. Punk In Africa é um documentário longa-metragem filmado na África do Sul, Moçambique e Zimbábue, que reúne diversas entrevistas com figuras que estiveram presentes nas diferentes épocas do punk na África. Depoimentos e imagens de arquivo mostram desde as origens da cena, nos anos 1970, a postura dxs punks frente ao apartheid, chegando ainda até os dias de hoje.
Sexta, 14/12 – 19:30  | SALA 1
 
From the Back Of The Room
(103 min. | 2011 | Amy Oden | EUA – legendas em português)
Este documentário narra os últimos 30 anos de envolvimento das mulheres no punk DIY nos Estados Unidos, e conta com mais de 30 entrevistas que abordam temas como raça, gênero, sexualidade, maternidade, classe e ativismo, dando uma imagem mais completa de como essas mulheres participam da comunidade DIY, e como isso afeta suas vidas diárias.
Sábado, 15/12 – 14:00  | SALA 1

ESTRÉIA: Squat Toren
(38min. | 2012 | Squat Toren | Fortaleza/CE)
Durante dois anos uma fábrica abandonada foi okupada em Fortaleza/CE, criando a primeira vivência de uma ocupação anárquica na cidade. Esse documentário traz algumas das imagens feitas durante e depois da ocupação, além de depoimentos de pessoas que ali viveram e/ou a apoiaram.
Sábado, 15/12 – 16:00  | SALA 1

Desalojo Ilegal da Ocupação Abu-Jamal
(4 min. | 2012 | Coletivo Videográfico Libertário | Rio de Janeiro/RJ)
No dia 13 de maio de 2012 , policiais militares e guardas municipais arbitrariamente invadiram a ocupação Abu Jamal recorrendo a meios truculentos, exibindo armas de fogo e procedendo sem mandado judicial. Esse vídeo conta com depoimentos e cenas do ocorrido. Algumas das cenas foram filmadas pel@s própri@s ocupantes no momento da invasão policial.
Sábado, 15/12 – 16:00  | SALA 1

Ecos de Revolta – Exibição Vide Urbe
(6 min. | 2012 | Coletivo Videográfico Libertário | Rio de Janeiro/RJ)
O filme Ecos de Revolta – Exibição Vide Urbe mostra cenas da projeção do vídeo “Ecos de Revolta”  na estação central, localizada no Rio de Janeiro no contexto do Festival Vide Urbe, depoimentos dos integrantes do coletivo videográfico libertário e o próprio filme Ecos de revolta.
Sábado, 15/12 – 13:30  | SALA 2

Vozes de um Cárcere
(13 min. | 2010 | Vanessa Vendetta | São Paulo/SP)
Somos, de fato, vigiados, condicionados e aprisionados? Roberto é um cidadão comum, mas, a partir de uma simples observação através das grades da janela de sua casa, ele começa a repensar sua vida e o mundo ao seu redor. Essa nova percepção da realidade faz com que Roberto sinta-se enclausurado e a beira do pânico, na busca frenética por uma saída.

Sábado, 15/12 – 16:10 | SALA 2

Fabricação Artesanal de Carvão de Coco Babaçu
(5 min. | 2012 | Subdistro | Imperatriz/MA)
Video-aula com o passo a passo para a produção de carvão a base do coco babaçu.
Sábado, 15/12 – 17:00 | SALA 1

Unindo Quebradas
(24 min. | 2010 | Núcleo de Atividades O Regicídio Está Por Vir | São Paulo/SP)
Vídeo sobre a cena Anarco Rap de São Paulo, com relatos de diversos militantes das culturas Hip-Hop e Punk que, em seu conjunto, falam sobre as possibilidades que se pode criar a partir da ligação do rap com o anarquismo.
Sábado, 15/12 – 15:15  | SALA 2

Torcendo pelo Time da Casa
(aprox.. 5 min. | 2012 | Jesse Meehl, Nolan Morice, Erick Boustead)
O pequeno vídeo lança luz sobre a resistência e a luta da Comunidade Trilha do Senhor, uma das 22 comunidades de Fortaleza/CE que está lutando para permanecer nas casas que ocupam há gerações. Xs moradorxs da Comunidade enfrentam a ameaça constante de serem despejadxs de suas casas e a iminente destruição de toda a Comunidade, em nome do “desenvolvimento econômico” e sob pretexto dos preparativos de Fortaleza para a Copa do Mundo 2014 da FIFA.
Sábado, 15/12 – 17:10  | SALA 2

Ciclovida
(88min. | 2010 |Irmãos Feinstein)
Em uma viagem de bicicleta do Ceará a Buenos Aires, na Argentina – mais de 8 mil quilômetros (ida e volta), xs viajantes documentam a dominação dos agrocombustíveis no campo e o deslocamento de milhões de pequenos agricultores e comunidades indígenas. Cultivos e matas nativas estão sendo substituídos por desertos verdes de monoculturas transgênicas onde nada mais, planta ou animal, pode sobreviver aos agrotóxicos. Com o crescimento e a distribuição das sementes recolhidas após o retorno dos protagonistas, existe a necessidade de continuar a caminhada em busca de uma nova relação com a terra.
Sábado, 15/12 – 17:10 | SALA 2
Seguido de debate com Coletivo Sem Nome

Na Prisão Minha Vida Inteira
(In Prison My Whole Life)
(90min | 2008 | Will Francome | EUA – legendas em português)
Documentário sobre o caso do preso político afro-americano Mumia Abu-Jamal, que há décadas enfrenta o corredor da morte na Pensilvânia sob a falsa acusação de ter assassinado um policial branco. O filme aborda diversos aspectos do caso de Mumia, denunciando o racismo e as fraudes que pautaram seu julgamento desde o início. Na atualidade Mumia foi transferido do corredor da morte para a população geral, mas segue no cárcere com a pena comutada para prisão perpétua.
Sábado, 15/12 – 20:15 | SALA 2

Filme Plágio ou Introdução à crítica do valor da imagem mercantil como dispositivo de designação do Sujeito
(30 min.| 2011 | Pedro, Patricia, Arthur | São Paulo/SP)
Este é um filme ensaio, um discurso que se pensa e se coloca em questão. Pode-se até dizer que é uma divagação sobre o ano de 2011, mas que também coloca em questão a sociedade, suas formas de produção e reprodução,a forma-mercadoria, o estado atual do capitalismo e sua crise, assim como a resistência aos dispositivos da ordem; mas que não perde de vista o lugar de onde fala e a própria forma com que fala – tentando também os problematizar.
Sábado, 15/12 – 16:10  | SALA 2

UGRA The Karma
(74 min. | 2011/2012 | Paulo Oliveira, Yu Breno, Ale Martins e Daiane Junia | São Paulo/SP)
Shows undergrounds; debates, exposição e palestras sobre fanzines aconteceram durante dois dias durante o Ugra Zine Fest,  evento que marcou o lançamento do primeiro anuário de fanzines da Ugra Press.
Domingo, 16/12 – 19:40  | SALA 2

Escolarizando o Mundo: O Último Fardo do Homem Branco
(65 min | 2010 | Carol Black | EUA – legendas em português)
Se você quisesse mudar uma cultura milenar em uma geração, como você faria isso? Você mudaria a forma como ela educa suas crianças. O governo dos Estados Unidos sabia disso no século XIX quando forçou os filhos dos nativos a frequentarem escolas. Hoje, voluntários constroem escolas em sociedades tradicionais pelo mundo, convencidos de que a escola é a única forma de dar uma vida “melhor” às crianças indígenas. Mas isso é realmente verdade? O que realmente acontece quando substituímos a metodologia tradicional de aprendizado e entendimento do mundo pela nossa? Escolarizando o Mundo: O Último Fardo do Homem Branco mostra de maneira desafiadora os efeitos da educação moderna nas últimas culturas indígenas e sustentáveis do mundo. “Gerações à frente, olharemos para trás e diremos: ‘Como pudemos fazer este tipo de coisa com as pessoas?”
Domingo, 16/12 – 14:00 | SALA 1
Seguido de debate com companheirxs do Ativismo ABC e Coletivo Desescolarizar

Crass: There Is No Authority But Yourself
(64min. | 2006 | Alexander Oey | Inglaterra – legendas em português)
Um filme que aborda a história da banda punk inglesa Crass, que para além de relembrar seu surgimento e diversas ações de combate ao sistema vigente levadas a cabo no fim dos anos 70 e anos 80, retrata também as atuais visões dxs integrantes sobre o passado e o presente.
Domingo, 16/12 – 18:20 | SALA 2

A Cultura em Luta Pela Paz
(72 min. | 2011 | Roger Duran | São Paulo/SP)
O Documentário de 1 hora mostra uma parte da história do espaço CICAS e alguns dos grupos e indivíduos que contribuíram para fortalecer a resistência cultural neste e em diversos outros locais que por sinal também sofrem ações de repressão por parte do poder público em diferentes momentos de suas existências.

Domingo, 16/12 – 13:30  | SALA 2

Barulho Bom
(20 min. | 2008 | Alex Fedox, Bartira Dias e Luciola Feijó | Fortaleza/CE)
Registro de uma bicicletada de ocupação artística, em memória ao movimento provos, com imagens das intervenções e debates realizados.
Sábado, 15/12 – 13:30  | SALA 2

A Céu Aberto
(A Cielo Abierto)
(20 min. | 2011 | Juan Pablo Nuñez | Venezuela – legendas em português)
Este documentário explica o impacto ambiental e social da indústria mineira na Zona de Guasare e a possível expansão desta atividade a outras áreas de bosques vizinhos com bacias ricas em biodiversidade. As relações entre os fatores do meio ambiente, as comunidades indígenas, a cidade e seu reservatório de vida frente a um plano de mineração.
Sábado, 15/12 – 17:00  | SALA 1

Tid
(1:20 | La Desgracione Pelicula | Araçatuba/SP)
Anarquista. Cineasta. Fotógrafo. A vinda do papa em sua localidade causa uma reação inesperada.

Domingo, 16/12 – 18:20  | SALA 2

Minutos de Destruição
(3 min. | 2012 | Avelino Regicida e Cecilia Maria de Morais Machado |  São Paulo/SP)

Curta metragem produzido em 2012 apartir de imagens feitas durante um incendio que destruio a favela Ordem e Progresso em 2008, no Distrito de Brasilândia, zona norte de São Paulo.
Sábado, 15/12 – 16:00 | SALA 1

Noite do Horror
(46min. | Punx de Barreira/BA)
Documentário que retrata um pouco sobre como é ser punk em Barreiras, como são as dificuldades para organizar um evento, como são as bandas, oq dizem enfim, um retrato do espasmo punk na cidade de Barreiras e região.
Sábado, 15/12 – 14:15 | SALA 2

O Sentido da Moradia
(40 min. | Do Morro Produções | São Paulo/SP)
Documentário que traz um pouco da história de 4 pessoas que vivem em diferentes situações de vida e de moradia.Todas em algum bairro do Distrito da Brasilandia, periferia da Zona norte de São Paulo.
Trabalho e pesquisa realizados por integrantes do Lab. Cidade (FAU-USP) em parceria com o Espaço Cultural Do Morro/Do Morro Produções e Esquina da Memória.
Domingo, 16/12 – 15:00  | SALA 2

***
PROGRAMAÇÃO RESUMIDA

* * *
SEXTA, 14 DE DEZEMBRO
19:00 | Relatos de Uma Cena Anarcopunk (23 min | 2012 | César Medeiros e Danilo Tázio | Natal/RN)
19:30 | Punk In Africa (82min | 2011 | Keith Jones e Deon Maas | África  – legendas em português)
21:00 | Sarau “Sangue, Suor e Poesia Libertária”
E mais: Abertura das exposições de fotografia de Ruivo Lopes, Elaine Campos, Avelino Regicida, Jefferson Andrade, Anderson Barbosa, cartazes de festivais em outras partes do mundo

SÁBADO, 15 DE DEZEMBRO
13:00 | Grafitagem libertária – durante todo o dia
13:00 | Oficina de Fotografia Faça Você Mesm@, com Elaine Campos (Integrante da Coletiva Anarcafeminista Marana)
“Bastou clicar o botão. E pronto. Mais uma imagem foi capturada pelas lentes da câmera fotográfica. No entanto, para aproveitar o máximo do equipamento e por meio dele encontrar a melhor forma de se expressar, são necessários dois componentes básicos: um pouco de técnica (que ao longo do tempo cada um@ desenvolve a sua própria) e reflexão. Essa oficina básica de fotografia pretende ser um espaço compartilhado de reflexão e troca de experiências sobre o ato de fotografar e a memória visual, buscando estimular @s participantes a desenvolverem um discurso visual próprio.”
Oficina livre, traga sua câmera fotográfica de qualquer tipo, celular ou qualquer equipamento que tire fotos! No dia seguinte haverá exposição das fotografias tiradas durante a oficina.

DURANTE TODO O DIA | Exposições de fotografia de Ruivo Lopes, Elaine Campos, Avelino Regicida, Jefferson Andrade, cartazes de festivais em outras partes do mundo, projeções de fotografias de Anderson Barbosa

SALA 1
14:00 | From the Back Of The Room
16:00 | Lançamento: Squat Toren + curtas: Minutos de Destruição e Desalojo Ilegal da Ocupação Abu-Jamal
17:00 | A Céu Aberto + curta: Fabricação Artesanal de Carvão de Coco Babaçu
17:50 | Lúcio: Anarquista, assaltante, falsificador, mas sobretudo pedreiro+ estréia do curta Caixa Postal 195
20:00 | FILME/DEBATE | Lançamento: Todo Fim é Um Começo seguido de debate com participação dxs realizadorxs, companheirxs de espaços libertárixs.
SALA 2
13:30 | Barulho Bom + curta: Ecos de Revolta – Exibição Vide Urbe
14:15 | Noite do Horror
15:15 | Unindo Quebradas
16:10 | Filme Plágio ou Introdução à crítica do valor da imagem mercantil como dispositivo de designação do Sujeito e curta: Vozes de um Cárcere
17:10 | FILME/DEBATE | Ciclovida:Lifecycle + curta: Torcendo pelo Time da Casa seguida de debate com Coletivo Ciclovida – SP
20:15 | Na Prisão Minha Vida Inteira + El Ocaso Del Miedo

DOMINGO, 16 DE DEZEMBRO
DURANTE TODO O DIA | Exposições de fotografia de Ruivo Lopes, Elaine Campos, Avelino Regicida, Jefferson Andrade, Anderson Barbosa, cartazes de festivais em outras partes do mundo, projeções de fotografias de manifestações e atividades libertárias na cidade.
Projeção das fotografias tiradas pelxs participantes da Oficina de Fotografia Faça Você Mesm@ do dia anterior, por Elaine Campos.

SALA 1
14:00 | FILME/DEBATE | Escolarizando o Mundo: O Último Fardo do Homem Branco seguida de debate com integrantes do Ativismo ABC e Coletivo Desescolarizar
17:00 | Não são um por cento: Anarquistas em Carrara
18:40 | FILME/DEBATE | Indomables: Una Historia de Mujeres Libres seguido de debate com Coletivo Terra Livre sobre as experiências acumuladas ao longo de dois anos de realização do Cineclube Terra Livre.
SALA 2
13:30 | A Cultura em Luta Pela Paz
15:00 | Todas as Mulheres do Mundo + O Sentido da Moradia
16:15 | WORKSHOP de leituras de imagens e troca de idéias sobre “Vìdeo Popular e representação”, com Daniel Fagundes  (Núcleo de Comunicação Alternativa – NCA)
18:20 | Crass: There Is No Authority But Yourself + curta: Tid
19:40 | Ugra The Karma